terça-feira, 29 de outubro de 2013

AMOR MADURO




O amor quando maduro não é
menor em intensidade.
Ele é apenas silencioso.
Não é menor em extensão.
É mais definido colorido e poetizado.
Não carece de demonstrações.
Presenteia com a verdade do sentimento.
Não precisa de presenças exigidas
.Amplia-se com as ausências significativas.
O amor maduro tem e quer problemas,
sim, como tudo. Mas vive dos
problemas da felicidade.
Problemas da felicidade são formas
trabalhosas de construir o bem, o prazer.
Problemas da infelicidade não interessam
ao amor maduro.
Na felicidade está o encontro de peles,
o ficar com o gosto da boca e do cheiro
do outro - está a compreensão antecipada,
a adivinhação, o presente de valor interior,
a emoção vivida em conjunto, os discursos
silenciosos da percepção, o prazer de
conviver, o equilíbrio entre carne e espírito.
O amor maduro é a valorização do melhor
do outro e a relação com a parte salva
de cada pessoa.
Ele vive do que não morreu, mesmo tendo
ficado para depois, vive do que jamais
fermentou, criando dimensões novas
para sentimentos antigos, jardins
abandonados, cheios de sementes.
Até o amor por Deus, amadurece quando
se aprofunda e estende.
O amor, qualquer amor, quando maduro,
não pede, tem.
Não reivindica, consegue.
Não percebe, recebe.
Não exige, oferece.
Não pergunta, adivinha.
Existe, para fazer feliz...
( Artur da Távola )

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