VIVENDO E APRENDENDO- SEMPRE!!!

Há algum tempo- li uma matéria- na qual uma brasileira ( entrevistada no programa Mulheres no Mundo- revista Época ), sob o título original de Como a Classe Média Alta Brasileira é escrava do "alto padrão" dos supérfluos, na qual ela conta o caso em que seus pais, ultra bem-sucedidos, optaram por reduzir o ritmo acelerado de vida no Brasil- para experimentar a vida em Barcelona. Abriram mão de um super-apartamento em bairro nobre de São Paulo- e lá, alugaram um apartamento de um terço de espaço do imóvel daqui.  Faxineira- algumas horas por semana. Como não gostavam de cozinhar, faziam as refeições fora- o que lhes permitiu sobra de tempo suficiente para viajar por toda a Espanha e boa parte da Europa e melhor ainda, maior convivência com familiares que por lá já se encontravam. Incrível!!!!... Depois de alguns meses- constataram que estavam gastando muiiito menos do que gastavam, aqui, no Brasil. E olhe que aqui- a programação cultural do casal, bem como as viagens eram muito menores; quase não saíam por motivo de trânsito, segurança... A bem da verdade, não conseguiam entender direito essa contradição. Não era um milagre. Apenas e tão somente haviam resolvido seguir o exemplo dos filhos que, por escolha própria, já levavam esse tipo de vida mais simples. Óbvio que tiveram que optar por deixar de lado o altíssimo padrão de vida de classe média alta daqui- para se adaptar ao de classe média européia. Achei o máximo. Por lá- as coisas são muito diferentes. Todos fazem a sua comida, lavam a sua própria roupa, o seu banheiro, saem para comprar o próprio pão, enchem o tanque de combustível com as próprias mãos... A gente sabe que lá é assim- mas ouvir o relato pessoal de brasileiros que vivem lá- é simplesmente  demais!... Nos intervalos dos dias ( horas ) de faxina terceirizada, davam uma limpadinha no apartamento, usavam o transporte público ( lá, é possível...rs )economizando o que aqui chamaríamos de gastos com manobristas, garagem, seguro... Enfim- souberam o significado de uma vida mais "sustentável".  Foi uma tremenda de uma experiência... Tanto que, voltando ao Brasil, passaram a cortar uma lista de itens supérfluos, reduzindo as despesas de maneira extraordinária.  Isso- só vem provar que o padrão de vida almejado por parte da classe média e média alta brasileira- paga um preço muito alto para manter algo do qual não precisariam; por aqui- compra-se muito e do mais caro- por um tipo de conforto que acaba se transformando em "escravidão"- sem que a vítima se dê conta disso. E tem muita gente tentando se equilibrar constantemente, se matando de tanto trabalhar à exaustão- tão somente para não perder essas mordomias- das quais acabam não tendo tempo nem para desfrutá-las...ou não vendo os filhos crescerem- na ânsia incontida de dar-lhes o que acreditam ser o melhor pra eles. Felizmente, muitos jovens, muitos jovens casais estão acreditando e apostando nesse novo tipo de vida- que segundo a entrevistada ( e segundo a lógica, principalmente )- é muito mais simples do que parece... E usando de suas próprias palavras- " lavo meu próprio banheiro, não estou nem aí para as roupas de grife ou sofás que custam uma verdadeira fortuna"...( e ela não está com a razão???) Quem discordar- e temos que respeitar as prioridades e  os sonhos de consumo de cada um- que pague o preço. Quanto aos europeus- que optam por essa simplicidade, podem se dar ao luxo de viajar mais, viver com menos stress- e de uma forma muito mais saudável. Essa também é a minha opinião. Novidade, esse artigo??? Lógico que não. Todo mundo sabe disso. Mas por vezes- é preciso parar- e rever nossos conceitos. É isso. Bjs.